Presença constante na mídia durante os últimos meses, a garota de programa Lola Benvenutti vive dias agitados. Após mudar de São Carlos, no interior do estado, para São Paulo, a ex-estudante de letras é reconhecida na rua o tempo todo e passou a ser vista como uma espécie de porta-voz da classe, ocupando mais ou menos o mesmo papel que Bruna Surfistinha já teve diante dos holofotes.

"Mudar para São Paulo foi algo totalmente inusitado. É surpreendente e muito legal, achei que ia ser muito mais difícil. Deve fazer uns dois meses que estou aqui, e pretendo ficar", disse Lola em entrevista exclusiva para o UOL durante a terceira edição do festival PopPorn, em São Paulo, onde participou de uma mesa de debates chamada "Vendendo o Prazer".

Lola afirma se considerar uma prostituta, e levanta a bandeira da profissão, alegando que é preciso evitar eufemismos como "acompanhante" e não ter vergonha disso. "Mais do que ser uma defesa da prostituição, é uma defesa de quem eu sou, da minha escolha. Se eu quero transar e cobrar por isso, qual o problema?", diz ela.


Apesar de ser bem tratada de maneira geral, Lola acha que ainda há muito preconceito em relação à prostituição, e que seria difícil conciliar isso com outro trabalho. "Meu privilégio de aparecer na mídia torna a coisa mais glamorosa. As pessoas me respeitam, me veem como um símbolo, mas tem muito preconceito ainda, acho que vai demorar muito pra mudar isso. Quem disse que eu só posso ser garota de programa? Eu posso ser mil coisas. Mas se vou conseguir viabilizar isso é um outro passo", explica.

Atualmente com 21 anos, Lola começou a fazer programas com 17. Nesse meio tempo já viveu situações bastante diversas e inusitadas, algumas das quais ela descreve em seu blog. "Já passei por muita coisa, acho que tudo vai se tornando normal à medida que você vai experimentando. Muita gente me procura para tirar a virgindade do filho, caras que querem se vestir de mulher, inversão de papeis, para mim essas coisas já são comuns", conta.

Comentando seus gostos pessoais, ela diz gostar bastante de assumir o papel de dominadora e inverter papeis na hora da transa. "Eu acho legal porque não é só você colocar uma prótese, mas é uma inversão social mesmo, um homem se sentir dominado por uma mulher. Acho bacana que a pessoa se permita viver isso sem preconceitos", diz ela, que diz atuar muito como dominadora, mas não tem experiência como submissa.

Adepta de práticas sadomasoquistas, ela diz achar interessante o fenômeno "50 Tons de Cinza". "Sadomasoquismo tá virando hype!", diz ela, rindo. Apesar de ver o livro como algo "romântico e machista", Lola acredita que ele serviu para mostrar outro universo para as pessoas, algo que vai além do "papai-e-mamãe".

"Eu já tenho uma vivência com sadomasoquismo desde que tinha 14 anos. Eu conheci uma pessoa na internet quando tinha uns 12 anos, e o fetiche dele era lamber sapato. Ele me contava como antes de dormir se masturbava segurando o sapato da mãe, por exemplo. Fui aprendendo a gostar" conta.
Como uma profissional que já fez e já viu um pouco de tudo, é curioso saber quais são os limites que Lola traça, o que ela não gosta e não faz. "Não curto coisas como pedofilia, zoofilia. Mas não estou dizendo com isso que é proibido as pessoas terem fantasias. Dentro do sadomasoquismo tem uma técnica onde o adulto se veste de bebê, usa fraldas, toma mamadeira... não deixa de ser uma fantasia com crianças. Dentro dos limites e da lei, acho que dá pra driblar várias coisas".

No entanto ela percebe também que muitas vezes esses limites podem ser um tanto ambíguos. "Uma criança não tem controle sobre o seu corpo. Mas não sei até onde é ilegal uma garota de 14 querer transar. Eu perdi minha virgindade com 13 anos, e eu estava convicta daquilo, ninguém me obrigou. Então tem essas coisas que são mais delicadas, mas em geral eu sou contra o que não é de comum acordo", explica.










Fonte: Com informações do Uol


 
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