Canindé Criadores, proprietários rurais e representantes de comunidades têm se mostrado preocupados com a onda de roubos ocorridos em casas e fazendas da zona rural de Canindé, distante 115 quilômetros de Fortaleza. Animais e equipamentos agrícolas são os principais alvos dos bandidos, segundo a Polícia.
Vítimas relataram diversas ocorrências em novembro, inclusive assaltos a residências. "Houve caso de um único criador perder até 18 cabeças de gado", afirmou preocupado o agropecuarista Raimundo José Barbosa, da localidade de Agreste, em Caridade, zona rural de Canindé.
Os proprietários lamentam que, além da seca, os prejuízos financeiros têm crescido a cada dia devido à prática criminosa das quadrilhas que agem dizimando os rebanhos, além do furto de equipamentos como motores agrícolas, kits de irrigação e bombas hidráulicas.
Investigação
O inspetor de Polícia Civil, Chesman de Castro Viana, informou que já foi feito o levantamento de nomes de suspeitos e que policiais da Delegacia Regional de Canindé estão trabalhando em busca dos criminosos. Entretanto, os trabalhos esbarram no medo das vítimas em denunciar. "Um dos problemas ainda é a omissão das vítimas que não procuram a Delegacia para fazer boletim de ocorrência", comentou.
A reportagem acompanhou na última terça-feira (16) uma operação policial na zona rural de Canindé em busca dos suspeitos. Foram visitadas fazendas, localidades e áreas de currais, onde os animais pernoitam.
Durante a caçada aos criminosos, os policiais revistaram casas, abordaram suspeitos, entre eles motociclistas e motoristas, mas ninguém foi preso.
"Estamos na pista dessa gente que aproveita regiões mais distantes para agir. Não vamos parar enquanto não pegarmos esses ladrões no flagrante", disse um policial, que pediu para não ser identificado.
Medo
O criador Noberto Soares dos Santos, de Canindé, disse que a Polícia tem atendido a todos os chamados feitos, porém, os criminosos têm aparentado um planejamento e só agem quando as autoridades estão distante.
"Aqui ninguém consegue mais dormir direito. Passamos muitas noites à espera do pior. Quando escutamos barulhos de carros ou latidos de cachorros, já começamos a pensar que a coisa vai piorar'', diz o pecuarista.
O comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar tenente-coronel Natanael Cavalcante diz estar confiante.
"Será uma questão de tempo. Vamos colocar as mãos nessas quadrilhas que vêm agindo na região, roubando animais sem nenhuma preocupação. Já temos vários nomes. O processo de investigação corre sob segredo de Justiça", disse.
Antônio Carlos Alves
Colaborador
Colaborador
Fonte: Diário do Nordeste
Imagem: Internet