A carioca assinou um documento se comprometendo a permanecer no Estado até o fim das investigações, conforme a Defensoria do Ceará. Pedido de revogação deverá ser renovado, segundo decisão do juiz e, enquanto isso, a acusada permanecerá presa.
O juiz auxiliar da 7ª Zona Judiciária e plantonista, José Arnaldo dos Santos Soares, que responde pela Comarca de Cariré, afirmou, em decisão, que não ficará a cargo da avaliação do pedido de revogação da prisão temporária da farmacêutica carioca Mirian França de Melo, 31, suspeita de participar do homicídio da italiana Gaia Molinari, 29, assim a suspeita continuará presa na Delegacia de Capturas (Decapol) de Fortaleza.
O POVO Online entrou em contato com o Fórum do município na tarde desta terça, e uma fonte afirmou que, de acordo com a decisão publicada, "o pedido não comporta apreciação pelo plantão do judiciário. A
prisão de Mirian França de Melo se deu em plantão judiciário e não compete a este juízo plantonista a avaliação. O juiz não tem conhecimentos dos autos do inquérito judicial. O recesso termina hoje e o pedido pode ser renovado no juízo onde há o inquérito".
Anteriormente, a Defensoria Pública do Ceará havia entrado com pedido de revogação, que seria avaliada até as 18 horas desta terça-feira, no plantão do município cearense de Cariré, conforme informou uma comissão de cinco defensores durante uma coletiva realizada nesta manhã.
Andreia Coelho, defensora-geral, informou que a comissão deu entrada no pedido de revogação na última segunda-feira, 5, em Jijoca de Jericoacoara, local do crime. Nesta terça-feira, 6, o pedido seria avaliado no município de Cariré, que atende em regime de plantão. “Não há indícios para Mirian permanecer presa, pois contradição não é confissão”, explicou.
A carioca assinou um documento se comprometendo a permanecer no Estado até o fim das investigações, conforme a Defensoria do Ceará. “Ela não é obrigada a ter memória fotográfica, as contradições foram mínimas, não fica caracterizada como executora”, detalhou o defensor Emerson Castelo, que integra a comissão junto com Andreia, Gina Moura e Bruno Neves.
Na última segunda-feira, 6, a delegada responsável pelo caso, Patrícia Bezerra, reafirmou a posição de Mirian como suspeita por motivos já revelados anteriormente, como versões contraditórias sobre o dia do crime, em diferentes depoimentos. Ela disse que os defensores se posicionaram sem conhecer o inquérito.
Dentre os laudos cadavéricos solicitados pela Polícia, apenas o exame que aponta a causa da morte e o Teste de PSA (Antígeno Prostático Específico) ficaram prontos. Esse último aponta, ainda que preliminarmente, que Gaia não teria sido vítima de crime sexual, já que não foram encontrados sinais de violência sexual na vítima. “Preliminarmente, podemos dizer que não houve violência sexual por parte de um homem. Mas precisamos do laudo de DNA para comprovar isso em definitivo”, disse a delegada.
Fonte: O POVO Online, com informações do repórter Thiago Paiva