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Escutas obtidas pelo EXTRA revelam que o pai do jogador do Flamengo Luiz Antônio de Souza Soares — indiciado, na manhã desta sexta-feira, por fraude securitária (estelionato) e organização criminosa — planejou, com o advogado do jogador, um golpe usando um contracheque do Flamengo. A intenção era, segundo o delegado Alexandre Capote, titular da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), que o jogador pagasse menos pela pensão de seu filho. O salário do jogador aumentou de R$ 20 mil para R$ 60 mil no Flamengo. Entretanto, segundo uma conversa do advogado como pai do jogador, o plano era que Luiz Antônio declarasse à Justiça que continuava ganhando R$ 20 mil.
As investigações apuram um possível envolvimento do jogador, seu pai, Luiz Carlos Francisco Soares, e o policial civil Alexandre da Rocha Antunes, o Sérgio Preto, com uma quadrilha de milicianos.

Numa das escutas, o jogador se mostra reticente com o plano: “Ela (a ex-mulher do jogador) vai ficar maluca que vou mentir para o juiz. O juiz não pode querer me ‘foder’ se descobrir?”, afirma Luiz Antônio a seu advogado, pelo celular.

Em outra conversa, o pai do jogador combina o golpe com o advogado.
“Eu falei para ele: você é jogador ou tu trabalha no departamento pessoal? É você quem faz seu contracheque? É o Flamengo, foda-se o Flamengo!”, afirma o advogado.
“Ele acha que vai chegar na frente do juiz e o juiz vai falar: Tu tá mentindo!”, responde o pai do jogador.

Entenda o caso

O jogador, o pai e o policial civil Alexandre da Rocha Antunes, o Sérgio Preto, já foram denunciados pelo Ministério Público. A Draco chegou a fazer o pedido de prisão do jogador e de seu pai, porém, a Justiça ainda não acatou. No dia 11 de janeiro, o pai do jogador registrou o roubo de uma caminhonete Ford Edge, ano 2013, avaliada em mais de R$ 100 mil, na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes). De acordo com a Draco, porém, o jogador não teve seu carro roubado. Este fato comprovou que Luiz Antônio teria praticado o crime conhecido como ‘tombo seguro’, que utiliza um amigo, no caso, o então policial Alexander da Rocha, para um falso registro de ocorrência.

De acordo com as investigações, para sumir com o veículo, o jogador e o pai teriam entregue a caminhonete a milicianos da Zona Oeste. O veículo teria sido dado de presente a Marcos José de Lima Gomes, o Gão, um dos chefes da principal milícia da Zona Oeste do Rio.

Agentes da Draco realizaram diligências, na manhã desta sexta-feira, de busca e apreensão na residência do jogador e em outros endereços já utilizados pelo atleta. Foram encontrados, em posse de novos moradores de um desses endereços, no Recreio dos Bandeirantes, uma quantidade ainda não contabilizada de ecstasy, maconha, cocaína e metilenodioximetanfetamina, substância utilizada em raves e festas, conhecida como MD ou MDMA. Também foram apreendidas notas de euro, reais e material para venda de droga, além de anotações sobre distribuição e fornecimento das mesmas. As quatro pessoas encontradas no imóvel foram presas em flagrante. De acordo com a polícia, porém, elas não possuem ligação entre si nem com o atleta.

Fonte:Extra Online

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