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O Estado deveria passar 90 dias sem notificações da doença para manter o título de zona livre do sarampo

O Ceará não consegue interromper a cadeia de transmissão do sarampo e as três Américas - do Sul, Central e do Norte - correm o risco de perder o certificado de zona livre da doença. De acordo com boletim semanal divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), 26 novos casos foram registrados. Eram 107 no informe de 30 de abril, saltando para 133 no divulgado ontem. Só em Fortaleza, foram 16 confirmações. A Capital concentrava 45 casos em abril, passando para 61 em maio, o equivalente a 45,8% dos registros em todo o Estado.
Caucaia, situada na Região Metropolitana de Fortaleza, apresentou 16 novas confirmações. O município tinha 44 casos, subindo para 53 (39,8%). Maracanaú, que tinha um caso, agora concentra dois. Outros 80 estão sendo investigados pela Secretaria da Saúde. Antes do boletim de ontem, o último caso foi registrado no dia 23 de abril, em Fortaleza. Já o de Caucaia foi no dia 22 de abril. Em 2015, dez municípios registraram casos.
Para que mantivesse o título de zona livre do sarampo, o Estado teria que passar 90 dias sem registrar nenhum novo caso. Preocupado com a situação, o ministro Arthur Chioro esteve em Fortaleza, no último dia 5, para reforçar a importância de vacinar todo o público alvo, única forma de conter a doença.
Regionais
Em Fortaleza, a Regional VI é a que concentra mais casos: 14, com destaque para Messejana, que registrou cinco. Em seguida estão a regionais V (12), II e III, com 11 cada, I (8) e IV (2). Antônio Lima, gerente da Célula de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece que, para confirmar o diagnóstico do sarampo, é necessário realizar duas coletas, o que leva em torno de 20 dias. Destaca, porém, o alto índice de descarte, que chega a 90%. "A gente tem notificado muito, mas o descarte também é grande, porque a cobertura vacinal aumentou consideravelmente", frisa.
A meta é atingir 95% de cobertura vacinal. Fortaleza, no entanto, está com 82%. "A Capital tem mais de 900 mil pessoas vacinadas de cinco a 29 anos, é uma prospectiva boa", pontua. Ainda assim, o gestor diz que trata-se de uma doença difícil, por ser uma das mais transmissíveis que se tem conhecimento. "O nosso momento agora é de vacinar e fazer bons bloqueios. A partir de casos suspeitos, identificar onde a pessoa mora, por onde andou e vacinar todos os que tiveram contato com ela", explica Lima.
No boletim semanal de ontem, a Sesa informa que o Ceará, desde janeiro de 2014, adotou uma série de estratégias de vacinação. O órgão afirma que, entre março e maio deste ano, intensificou a imunização do público-alvo nos municípios de Fortaleza, Caucaia e Itaitinga. Neste período, salienta que foram aplicadas 1.006.797 doses da dupla viral - contra sarampo e rubéola. Para reforçar as ações, o Ministério da Saúde enviou ao Ceará R$ 2,2 milhões exclusivamente para intensificação da imunização. O Ceará vive surto de sarampo desde 25 de dezembro de 2013. A condição de local endêmico se dá após 12 meses com confirmação de casos ininterrupta.
Mais informações
Secretaria Municipal de Saúde
0800 275 1364
http://www.fortaleza.ce.gov.br/sms
Luana Lima
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste

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