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A Polícia Federal liberou cinco suspeitos de participar de fraude em empréstimos bancários na Caixa Econômica. Três foram soltos ontem: Sinthia Silva, Marcione Silva e Francisco Alexandre Pereira. Oton Mesquita, ex-gerente CEF, e Fernanda Mesquita continuam presos

Após três dias de deflagrada a Operação Fidúcia II da Polícia Federal, dos oito presos, cinco foram liberados e dois foragidos foram capturados. Dentre os soltos, ainda ontem, conforme apurou O POVO, estão Sinthia Silva, Marcione Silva e Francisco Alexandre Pereir. Eles estão sendo investigados por fraudes em operações de crédito a pessoas físicas na Caixa Econômica Federal (CEF). 
Quem ainda está preso é Oton Mesquita, ex-gerente Pessoa Física da CEF, que trabalhou na agência Maranguape, foi exonerado em agosto deste ano e procurou auxílio de advogados antes mesmo de ser deflagrada a operação. Além dele, a suspeita de ter realizado empréstimo fraudulento, Fernanda Mesquita, continua presa.
O ex-funcionário está sendo investigado por participar de uma quadrilha que obteve, entre julho de 2013 e fevereiro de 2014, oito empréstimos no valor de R$ 3,2 milhões. Os mutuários utilizavam documentos falsos e davam como garantia, aos empréstimos, imóveis que não existiam.
Aliciados por empresários do ramo da construção civil e em conluio com o ex-gerente, os suspeitos ficavam com 15% do montante obtido na operação e transferiam o restante aos empresários, que lavavam o dinheiro.
A soltura dos suspeitos foi realizada à pedido da própria Polícia Federal, por colaborarem com as investigações. Segundo Janderlyer Gomes, delegado regional de combate ao crime organizado, quem foi solto não está sendo monitorado.
Conforme o delegado federal Gilson Mapurunga, responsável pelo inquérito, algumas pessoas envolvidas eram de baixa renda, “mas não eram laranjas, tinham consciência do que estavam fazendo e em conluio com o funcionário do banco”, diz.
Quanto aos suspeitos que estavam foragidos, a Polícia conseguiu cumprir mais dois mandados, na última quinta-feira, 22, e prendeu uma mulher e um homem. A informação é de que um teve prisão preventiva e outra temporária, mas não se sabe a identidade de ambos.
No total, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva; seis de prisão temporária; sete de condução coercitiva (em que pessoas foram levadas a depor); e 20 mandados de busca e apreensão, nas residências dos suspeitos, na Capital e em Caucaia, na Região Metropolitana.
Operação 
A segunda fase da operação Fidúcia, apesar de mesmo nome, não tem ligação com a primeira fase, que desarticulou uma quadrilha em março deste ano.

No primeiro esquema, os empréstimos irregulares eram concedidos a pessoas jurídicas, cujas garantias dadas à Caixa eram maquinários e utensílios. Nessa nova fase, o esquema envolvia pessoas físicas, que davam imóveis como garantia. Mas tanto na primeira quanto na segunda fase, os bens apresentados não existiam e os registros eram falsos.
O início da segunda fase se deu quando o gerente de uma agência da CEF no bairro Parquelândia, em Fortaleza, desconfiou dos termos de um contrato de empréstimo feito por um colega de trabalho. Os valores, que giravam em torno de R$ 380 mil a 480 mil, correspondentes a 60% do valor do imóvel, foram repassados sem que os critérios de concessão fossem obedecidos. Ele acionou o setor de segurança do banco, que comunicou o caso à PF.
Por enquanto, o inquérito está sendo organizado pela PF e deve ser entregue à 34ª Vara da Justiça Federal no Ceará, em Maracanaú, ao juiz responsável, Ricardo Ribeiro Campo.
NÚMEROS
480
mil reais
é o valor que chegavam a ter os empréstimos fraudulentos 
8
empréstimos entre 2013 e 2014 totalizaram R$ 3,2 milhões

Saiba mais
As fraudes aconteciam quando pessoas físicas chegavam à Caixa Econômica Federal para realizar empréstimos, fornecendo, como garantia, imóveis que não existiam e documentos falsos 
Em conluio com um gerente pessoa física, eram levantadas operações de crédito nos valores entre R$ 380 mil a R$ 480 mil
Mas esse montante não ficava por inteiro com as pessoas físicas. Apenas 15% iam para suas contas, enquanto o restante ia para outras instituições financeiras, na conta de empresários do ramo da construção civil
Segundo as investigações, fraudes foram detectadas nas agências da Caixa Econômica Federal de Maranguape e do bairro Parquelândia, em Fortaleza.
Fonte: O Povo
Imagem: Internet

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