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Casada e mãe de cinco filhos, Patrícia está em tratamento no Hemoce contra dois tipos de câncer no sangue, e tem até o próximo mês de janeiro para encontrar o doador
Patrícia Neves, 31, esposa e mãe de cinco filhos, precisa de doação de medula óssea, no Hemoce
“Tempo, tempo, tempo, tempo, vou te fazer um pedido...” Há um ano e nove meses, a vida da auxiliar administrativa de 31 anos, Patrícia Lima Neves, é como uma “oração ao tempo”. Na corrida contra dois tipos de leucemia ela precisa agora, com ainda mais urgência, de um doador compatível de medula óssea.
Casada e mãe de cinco filhos, Patrícia está em tratamento no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), em Fortaleza, contra câncer no sangue – Leucemia Mielóide Crônica (LMC) e Leucemia Mielóide Aguda (LMA), e tem até o próximo mês de janeiro para encontrar o doador.
Ela conta, em entrevista ao O POVO Online, que passou por oito ciclos de quimioterapia e o organismo está enfraquecido. “Se não conseguir, vou ter de passar por tratamentos mais fortes, mas meu organismo está muito fraco, corro o risco de não sobreviver se passar de janeiro”.
Sem perder o foco e a esperança, a auxiliar realiza trabalhos voluntários e palestras em empresas, igrejas e escolas, para esclarecer dúvidas sobre a doação. "As pessoas acham que fazer o cadastro de medula óssea já é doar, mas não é verdade. Às vezes não se interessam para saber como é o procedimento".
Para ser um doador, o primeiro passo é a coleta de 4 ml de sangue para análise, detectando, ou não, a compatibilidade com o paciente. Somente depois de confirmada, é que a pessoa poderá doar a medula, explica.
Sobre o cadastro
O Hemoce é responsável pelo cadastro dos doadores de medula óssea desde o ano 2000. Quanto maior o número de pessoas cadastradas, maiores as chances de encontrar um doador compatível para as milhares de pessoas que estão precisando nos hospitais. A compatibilidade entre o doador e o receptor é definida por um conjunto de genes, que devem ser iguais.
De acordo com a Técnica de Laboratório do hemocentro, Denise Barbosa, atualmente o Hemoce tem 153.268 candidatos inscritos no redome (Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea) pela nossa hemorede. Esses são os dados do Estado do Ceará.
Sobre esperança
Patrícia diz que por ter gene indígena, as chances de encontrar o doador são ainda mais difíceis, por isso, precisa da solidariedade do maior número de pessoas para irem até o Hemoce fazer o exame. Tentando conscientizar os doadores, a paciente faz ainda blitze com cartazes no semáforo, em frente ao Hemocentro, além de campanhas por meio do Facebook e WhatsApp.
“Tá sendo muito difícil, por mais que eu tenha fé em Deus, a gente é humano e tem medo”, comenta. Para ela, a maior força é a família e o exemplo das crianças que conseguem vencer a doença: “Sou muito apegada ao meu esposo e filhos, quando olho para eles chega a dar desespero, mas foco em Deus e olho as crianças que passam pelo mesmo problema, estão na luta e estão vencendo. A gente se junta e se ajuda”.

Neste caso, não só o tempo é 'o compositor de destinos' de Patrícia. A solidariedade de qualquer um que se dispuser a ir até o Hemoce, na avenida José Bastos, número 3390, bairro Rodolfo Teófilo, pode ser determinante.
Para se cadastrar como possível doador de medula óssea, o candidato deve ter entre 18 e 55 anos, estar bem de saúde, não ter tido câncer e não ter comportamento de risco para Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), além de apresentar documento de identidade.


Fonte: O Povo

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