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De 760,75 mil famílias fortalezenses, 64% ou 484,7 mil estavam endividadas em junho. Apesar da taxa, acima da média nacional (62%), o valor médio de dívida por família, de R$ 992, é o quarto menor do Brasil. A média nacional ficou em R$ 1.569. Os números fazem parte da Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras e foram divulgados ontem (17) pela Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio-SP).

O número do último mês do primeiro semestre deste ano na Capital representa um aumento de 10 pontos percentuais ante o último mês do segundo semestre de 2015, de acordo com o assessor econômico da Fecomércio-SP, Guilherme Dietze. "É um crescimento de 73 mil famílias endividadas entre dezembro do ano passado e junho deste ano", aponta. Ainda assim, o índice é o quarto menor do Nordeste.
Guilherme explica que o baixo valor médio de dívida por família de Fortaleza em comparação com outros estados tem relação com a renda média da região, que é a terceira mais baixa (R$ 3.528) do Nordeste. Ele destaca ainda que, entre 2014 e 2016, a perda de massa de rendimentos, que é o dinheiro disponível para população, está em R$ 77 milhões a menos por mês. Atualmente, a massa de rendimentos da capital cearense está em R$ 2,6 bilhões, terceiro maior entre as capitais nordestinas. "É basicamente a população ocupada pela renda média. Esse valor poderia estar indo para comércio e para os serviçs".
Segundo o levantamento da Fecomércio-SP, a parcela da renda mensal dos consumidores de Fortaleza comprometida com dívidas ficou em 28%, número dois pontos percentuais abaixo do considerado limite, de acordo com a diretora institucional da Fecomércio-CE, Cláudia Brilhante. Segundo ela, o dado revela que o consumidor está mais cuidadoso com a administração de seus gastos e receitas.
Fim do ano - Para este semestre, ela acredita que a situação deve ser ainda melhor, devido à injeção da primeira e da segunda parcela do 13º salário na economia local. "O consumidor de Fortaleza usou a primeira parcela do 13º para pagar as dívidas, por isso tivemos uma menor taxa de endividamento nos últimos meses. A segunda parcela também deve ir para a quitação de dívidas", diz.
Entretanto, as compras do Dia da Criança podem refletir em um aumento sazonal nos próximos meses, de acordo com ela. "Pode subir agora em outubro e novembro, porque as pessoas acabam comprando presentes no cartão e parcelado, mas acreditamos que os números do endividamento na Capital devem cair", explica a diretora institucional da Fecomércio-CE.
Inadimplência - Em sua análise, ela completa que a principal preocupação é com relação à inadimplência potencial, ressaltando a queda na última pesquisa de setembro, de 13% para 8%. "Em setembro, tivemos uma boa queda no endividamento e na inadimplência potencial, o que é uma boa notícia para o comércio", acrescenta Cláudia Brilhante.
Segundo a Fecomércio-SP, as dívidas em atraso atingem 23% das famílias de Fortaleza, número que, para Guilherme, é considerado normal. "Se você olhar para a média nacional, temos uma taxa de inadimplência em 30%, então é um valor que não é tão elevado", conclui.
*** Informações com Diário do Nordeste

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