Em até dois anos dever ser finalizado um estudo que vai mapear 90% do solo do Ceará. A análise vai subsidiar um novo planejamento agrícola que pode ser eficaz às ações de combate à desertificação no Estado, já que o problema é gerado principalmente pelas atividades humanas que degradam o solo, como explica a matéria da Tribuna Band News FM.

A gerente de recursos ambientais da Funceme, Margareth Carvalho, alerta que 100% do território cearense é suscetível à desertificação. Ela destaca que o uso adequado do solo pode minimizar e, até mesmo, reverter o problema.
“Tem componente de ordem social, econômica e cultural que deve ser percebida em todo esse processo. Grande parte dessa população que está nessa região que produz são pessoas de baixo poder aquisitivo para investir em melhores práticas. A própria queimada que ainda se faz, infelizmente, é a alternativa que o pequeno agricultor tem para limpar essa terra que ele vai plantar”, diz.
11% do território cearense já perdeu totalmente a capacidade produtiva, o que representa 16 mil quilômetros quadrados. Ao afirmar que é complexo reverter as áreas desertificadas, a professora do Departamento de Geografia da UFC Marta Celina Linhares afirma que o Governo tem feito apenas ações pontuais desde que assinou a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, há 23 anos.
As áreas mais críticas no Estado estão concentradas no médio Jaguaribe, Sertão dos Inhamuns, Irauçuba e nas regiões circunvizinhas. Desde 2011, a Associação Caatinga desenvolve, no Ceará e no Piauí, ações de combate à desertificação junto a 3 mil e 300 famílias. Boa parte delas residem na região dos Sertões de Crateús.
O coordenador geral da associação, Rodrigo Castro, ressalta que as áreas precisam de uma grande intervenção nos locais em que o processo de desertificação é ainda mais acentuado as ações devem ser ainda mais estruturadas. “Recuperar a estrutura e a fertilidade do solo como primeiro passo para recompor e ter alguma chance de recompor a recuperação do solo e que ele seja a base ou substrato para a recuperação da floresta da restauração que viria a seguir. É um processo de médio, longo prazo, complexo e que exige investimento e pesquisa”, explica. 12% do território nacional possui algum grau de desertificação, segundo relatório do Plano Nacional de Combate à Desertificação.
*** Informações com Tribuna do Ceará
 
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