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O Ceará registrou nos três últimos meses – maio, junho e julho – uma sequência de "recordes" negativos nos índices de violência. Os números de homicídios no trimestre foi respectivamente 471, 474 e 475, os maiores do estado desde 2013, quando a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) adotou uma nova metodologia na contagem de assassinatos.
Atualmente, a pasta divulga mensalmente a quantidade de CVLI, sigla para Crimes Violentos Letais e Intencionais. São enquadrados nessa categoria homicídio, latrocínio (roubo e assassinato da vítima) e lesão corporal seguido de morte, quando a pessoa morre em consequência de um ferimento doloso (com intenção de matar).
Nesta sexta-feira (11), quando a SSPDS divulgou os dados relativos a julho, o titular da pasta, delegado André Costa, disse "estar em alerta" quando à gravidade da situação e está trabalhando para reduzir as estatísticas.
"Estamos em alerta, mas estimulados e trabalhando muito para melhorar e reduzir o número de vítimas da violência", disse.
Como uma das propostas para controlar a escalada do crime, ele citou a convocação de 1.400 candidatos do último concurso da Polícia Militar, que ocorrerá na segunda-feira (14) , enquanto outros 2.800 aprovados estão em treinamento para atuar nas ruas. "O governador também já anunciou que prevê chamar mais candidatos dos concursos da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros", acrescentou.
De janeiro a julho de 2017, o total de homicídios foi de 2.774. O número representa um aumento de 38,8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o acumulado foi de 1.998 mortes.
Guerra entre facções - Uma das dificuldades da redução é que 65% desses homicídios ocorrem entre membros de facções rivais, em uma guerra declarada entre traficantes de armas e de drogas no estado.
"A gente tem uma estatística feita em maio pela DHPP [Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa] que mostra que, pelo menos, 65% das mortes ocorridas, são decorrentes de lutas entre traficantes", afirmou o delegado André Costa, em julho.
"A gente sabe que esses grupos têm uma atuação mais forte, uma presença mais firme na capital e RMF. Na medida que vai distanciando, digamos assim, a influência deles do meio criminoso, o número de homicídios tem um aumento menor. Esse é um indicativo de que, realmente, há a atuação desses grupos", completou o secretário.
Aumento de apreensões de armas - Ao mesmo tempo em que o número de mortes aumenta, cresce também o volume de apreensão de armas de fogo. O número de armas de fogo capturadas pela polícia durante o mês de julho foi de 601. Somando-se todas as apreensões do ano, até o momento foram recuperadas 4.313 armas, um aumento de 25,2% em relação ao período de janeiro a julho de 2016, quando houve a apreensão de 3.446 objetos do tipo.
*** Informações com G1-CE

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