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O secretário da Segurança Pública do Estado do Ceará, André Costa, afirmou ao G1 que, embora o número de homicídios tenha caído, a quantidade ainda não é satisfatória. “A gente está chegando na média nacional, mas é um número que a gente não fica satisfeito, é um número que a gente quer trabalhar para baixar ainda mais. A gente saiu de 2017 com uma média de homicídios em torno de 14 a 15 ao dia. Neste ano, a média é de 6 ao dia”, explicou o titular da Pasta.


Conforme o G1 noticiou na quinta-feira (5), entre janeiro e agosto de 2019, 1.488 pessoas foram mortas violentamente no território cearense. O número foi o mais baixo da década, sendo superado apenas em 2009, quando foram contabilizados 1.486 casos. Quando comparados os oito primeiros meses de 2018 com igual período deste ano, a redução foi de 52,2%, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

Embora o Estado tenha melhorado os índices, a Secretaria e especialistas continuam realizando ações visando maior diminuição. Para o titular da SSPDS, a queda ocorreu graças às políticas públicas implementadas pelo Governo do Estado nos últimos anos. “A gente aumentou o efetivo policial, trouxe melhorias salariais e criação de carreira para motivar esses policiais. Isso é o mais importante de tudo. A gente faz muita coisa, mas quem faz mesmo o crime reduzir na rua é o policial que está agindo”, conta o secretário.

Além disso, André Costa ressalta os investimentos em tecnologia e inteligência aplicados pela pasta.

Outro ponto de vista

O coordenador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV), da Universidade Federal do Ceará (UFC), o sociólogo César Barreira, afirma que inteligência é um dos fatores que contribuíram para a redução. Contudo, ele também cita a ocorrência de um rearranjo das facções criminosas, que reverberou positivamente nas estatísticas.

Para Barreira, a queda deve ser parabenizada, mas o ideal é não tratar como costume índices tão altos. “O que eu acho que a gente não pode é naturalizar algumas coisas. A gente tem sempre que desnaturalizar essas taxas altas, que inclui o número elevado de homicídios envolvendo jovens”.

O especialista acredita que está havendo uma conscientização em todos os estados para baixar os números de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) e pontua que, como havia números tão altos, é mais fácil haver uma queda. “Os órgãos de Segurança Pública tinham de saber quem mata e quem morre. Embora ainda não estejam totalmente esclarecidos, temos mais conhecimento sobre isso. De certa forma, é um conjunto de fatores que levaram a essa diminuição”, acredita.

Facções criminosas

Para o secretário da Segurança, “começou a haver uma redefinição de hierarquias" nas facções criminosas.

"Não sou a favor de dizer que todos os homicídios decorrem de tráfico de drogas, mas a presença das facções é responsável por um número muito elevado de homicídios”, explica o sociólogo César Barreira.

O secretário André Costa, porém refuta esta tese: “não é que é um rearranjo, é um enfraquecimento mesmo. Uma coisa é ter redução sem o Estado estar agindo. Outra é haver redução porque o Estado exerce forte controle nos presídios, aumenta o número de policiais nas ruas, porque investe em políticas sociais. O que a gente vê é o enfraquecimento dessas organizações criminosas”, conclui.

G1

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