Depois de um período de longa estiagem entre 2012 e 2018, que provocou significativa queda na produção de mel de abelha no semiárido cearense, o Estado vive a expectativa de crescimento de cerca de 30% na atual safra em relação a 2019, que colheu 2.700 toneladas. As boas chuvas de 2020 favoreceram a atividade e, outro fator também anima o setor: o aumento do preço do quilo do produto que em maio passado tinha cotação de R$ 4,50 e agora varia entre R$ 8 e R$ 9. Esse acréscimo advém da alta demanda atual. Os dados são da Federação da Apicultura do Ceará (Face) e da Câmara Setorial do Mel (CS Mel), vinculada à Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece).
No campo, a colheita segue até outubro próximo. Mas, até o fim deste mês, cerca de 80% devem estar concluída no Ceará. Os apicultores estão animados e já mostram interesse em expandir o número de colmeias. "O cenário atual é favorável com uma boa produção e aponta para crescimento ainda maior", pontuou Vinícius Carvalho, ex-presidente da CS Mel. "A pandemia do coronavírus favoreceu o setor mediante o aumento da demanda por mel e própolis para fortalecimento do sistema imunológico", acrescenta.
Comercialização
Com o cenário positivo da apicultura, gestores de entidades ligadas à atividade registram, desde a segunda quinzena de junho, a presença de representantes de entrepostos de São Paulo e de Santa Catarina negociando à vista a compra de mel diretamente aos apicultores. "Anteriormente, não se via essa movimentação", observou Augusto de Souza Júnior, presidente da CS Mel.
Um exemplo de boa produção vem da região do Cariri, que apresenta elevado potencial produtivo. A Chapada do Araripe com suas matas nativas e floradas ao longo do ano recebe colmeias de mais de 30 municípios no decorrer do segundo semestre.
Em Altaneira, no Cariri cearense, a produtividade média neste primeiro semestre foi 25kg/colmeia/ano, totalizando em 200 unidades, 5 mil kg. No ano passado não chegou a 20kg. A associação local reúne 11 apicultores. "Podemos aumentar essa produtividade a partir de dedicação e profissionalismo", observou o técnico em agropecuária e coordenador do escritório local da Ematerce, Joaquim Neto.
Outro exemplo vem da região Centro-Sul do Ceará. Um grupo de 36 produtores da Associação de Apicultores de Cariús (AAPIC) também conseguiu a mesma produtividade obtida em Altaneira. "O número de colmeias foi ampliado e teremos uma produção de 30% acima da safra de 2019", comemorou o presidente da AAPIC, Hildegard Moura.
Abrangência
No Ceará, a produção de mel de abelhas ocorre em 165 municípios e há 265 associações de apicultores. Por meio do projeto São José e do programa Rota do Mel, cerca de 30 mil colmeias foram entregues a produtores no interior cearense nos últimos dois anos, além da instalação de 55 casas de mel.
O esforço do governo é para impulsionar a produção e fazer com que o Ceará conquiste a primeira colocação no Nordeste. Irineu Fonseca, presidente da Associação da Apicultura no Ceará (Aface) destacou que é preciso que os produtores de mel trabalhem três eixos para ampliar e desenvolver o setor: profissionalismo, legalidade e qualidade. "Sem isso, não vamos avançar".
O produtor e professor do Instituto Federal de Educação de Limoeiro do Norte, Roberto Dias, acrescenta a necessidade de melhoria genética das abelhas. "Temos condições de alcançar uma produtividade média de 40kg por colmeias por ano", argumenta. "Um apiário com 30 colmeias daria R$ 9.600,00 por ano, e se um produtor familiar tiver dez apiários seriam R$ 96 mil, que significa R$ 8 mil por mês de renda para uma família, só nessa atividade, com ocupação de mão de obra de um pai e de um filho".
Para o presidente da Ematerce, Antônio Amorim, a partir da organização e dedicação dos apicultores, o setor tende a se expandir nos próximos anos, uma vez que o governo estadual investiu em doação de equipamentos e construção de unidades beneficiadoras. "Esperamos dobrar a produção já em 2021".
Irineu Fonseca ressaltou que está em articulação no Ceará um trabalho para cadastrar todos os apicultores e definir políticas públicas de apoio ao setor.
O POVO
No campo, a colheita segue até outubro próximo. Mas, até o fim deste mês, cerca de 80% devem estar concluída no Ceará. Os apicultores estão animados e já mostram interesse em expandir o número de colmeias. "O cenário atual é favorável com uma boa produção e aponta para crescimento ainda maior", pontuou Vinícius Carvalho, ex-presidente da CS Mel. "A pandemia do coronavírus favoreceu o setor mediante o aumento da demanda por mel e própolis para fortalecimento do sistema imunológico", acrescenta.
Comercialização
Com o cenário positivo da apicultura, gestores de entidades ligadas à atividade registram, desde a segunda quinzena de junho, a presença de representantes de entrepostos de São Paulo e de Santa Catarina negociando à vista a compra de mel diretamente aos apicultores. "Anteriormente, não se via essa movimentação", observou Augusto de Souza Júnior, presidente da CS Mel.
Um exemplo de boa produção vem da região do Cariri, que apresenta elevado potencial produtivo. A Chapada do Araripe com suas matas nativas e floradas ao longo do ano recebe colmeias de mais de 30 municípios no decorrer do segundo semestre.
Em Altaneira, no Cariri cearense, a produtividade média neste primeiro semestre foi 25kg/colmeia/ano, totalizando em 200 unidades, 5 mil kg. No ano passado não chegou a 20kg. A associação local reúne 11 apicultores. "Podemos aumentar essa produtividade a partir de dedicação e profissionalismo", observou o técnico em agropecuária e coordenador do escritório local da Ematerce, Joaquim Neto.
Outro exemplo vem da região Centro-Sul do Ceará. Um grupo de 36 produtores da Associação de Apicultores de Cariús (AAPIC) também conseguiu a mesma produtividade obtida em Altaneira. "O número de colmeias foi ampliado e teremos uma produção de 30% acima da safra de 2019", comemorou o presidente da AAPIC, Hildegard Moura.
Abrangência
No Ceará, a produção de mel de abelhas ocorre em 165 municípios e há 265 associações de apicultores. Por meio do projeto São José e do programa Rota do Mel, cerca de 30 mil colmeias foram entregues a produtores no interior cearense nos últimos dois anos, além da instalação de 55 casas de mel.
O esforço do governo é para impulsionar a produção e fazer com que o Ceará conquiste a primeira colocação no Nordeste. Irineu Fonseca, presidente da Associação da Apicultura no Ceará (Aface) destacou que é preciso que os produtores de mel trabalhem três eixos para ampliar e desenvolver o setor: profissionalismo, legalidade e qualidade. "Sem isso, não vamos avançar".
O produtor e professor do Instituto Federal de Educação de Limoeiro do Norte, Roberto Dias, acrescenta a necessidade de melhoria genética das abelhas. "Temos condições de alcançar uma produtividade média de 40kg por colmeias por ano", argumenta. "Um apiário com 30 colmeias daria R$ 9.600,00 por ano, e se um produtor familiar tiver dez apiários seriam R$ 96 mil, que significa R$ 8 mil por mês de renda para uma família, só nessa atividade, com ocupação de mão de obra de um pai e de um filho".
Para o presidente da Ematerce, Antônio Amorim, a partir da organização e dedicação dos apicultores, o setor tende a se expandir nos próximos anos, uma vez que o governo estadual investiu em doação de equipamentos e construção de unidades beneficiadoras. "Esperamos dobrar a produção já em 2021".
Irineu Fonseca ressaltou que está em articulação no Ceará um trabalho para cadastrar todos os apicultores e definir políticas públicas de apoio ao setor.
O POVO
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