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 É ensurdecedor o silêncio da mídia que só faz alarde quando seus desafetos aparecem sem máscara e em aglomerações, mas tudo muda se é Anitta.


No último sábado (08/08), Anitta compareceu, sem máscara, ao show lotado de Fred de Palma em um dos países com maior porcentagem de mortos por covid-19, a Itália. O feito rendeu as seguintes manchetes:


“Anitta rebola muito o bumbum com as amigas em show lotado na Itália”


“Anitta dança muito em show na Itália com amigas”


“Anitta chega para show na Itália vestindo look de 14 mil reais”


“Na Itália, Anitta canta 'Paloma' em show de Fred de Palma”


Mesmo depois de postar fotos em diversos pontos turísticos do país, sempre sem máscara, a imprensa, aquela mesma que propaga noite e dia que você só pode sair em casos de extrema necessidade e jamais sem máscara, que cita que todos os países civilizados aderiram ao equipamento e que você deve manter distanciamento social, faz vista grossa quando quem quebra os protocolos de segurança é a musa do #fiqueemcasa, ou melhor #stayhome...


Anitta foi uma das atrações da live “Ao vivo pela vida”, que mandou você ficar em casa e fazer doações, que criticou o ministro do meio ambiente para “defender” a Amazônia, montando um clip que intercala frases como “a pior pandemia do século” com trechos de uma entrevista de Ricardo Salles, mostrando a “gravidade da situação” com direito a citação de número de mortos e tudo mais.


Mas uma coisa deve ser dita: Anitta mostrou a real, ou seja, que é uma pessoa que fala uma coisa e faz outra e que as regras para ela são diferentes daquelas que ela mesma dita para seu público. A maioria das celebridades do #vaipassar desrespeita os protocolos de forma privada, mas como Anitta faz tudo em frente às câmeras, esbanjou “geral” na hipocrisia.


Agora, o que podemos dizer de uma imprensa que chama o presidente da república de genocida por entrar em uma padaria e que reduziu a inauguração de uma das obras mais importantes do país a manchetes do tipo: “Bolsonaro fica sem máscara”?


O que comentar sobre essa mídia que praticamente comemorou a marca das 100 mil mortes por covid-19, culpando o presidente por cada uma delas. Tudo isso, mesmo sabendo que em 4 de fevereiro o governo federal decretou estado de emergência para conter o coronavírus no Brasil, decreto este solenemente ignorado pela imprensa, por prefeitos e por governadores que não suspenderam o Carnaval. Naquela época, o coronavírus foi tratado como algo irrelevante e quem lucra alto com a folia botou panos quentes e seguiu adiante. Essa é a imprensa manipuladora, a mídia do “um peso, duas medidas”, onde hipocrisia é o que a gente vê por ali.


Autora


Patricia Lages é autora de 5 best-sellers sobre finanças pessoais e empreendedorismo e do blog Bolsa Blindada. É palestrante internacional e comentarista do JR Dinheiro, no Jornal da Record.

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