Com as dívidas de R$ 43 bilhões e uma queda de quase 80% no valor das ações em um único dia, a sustentabilidade financeira das Lojas Americanas, uma das principais marcas do varejo brasileiro, se tornou um dos assuntos mais repercutidos ao longo da última semana.
Mas, afinal, as perdas astronômicas podem causar algum impacto aos trabalhadores? O que pode acontecer se a rede fechar lojas ou declarar falência? Há este receio entre a população em geral. Em Santa Quitéria, a Americanas se instalou no centro em setembro de 2020, no modelo Express, mais compacto, com a venda de itens que atendem ao perfil do consumidor local.
Nesta quinta-feira (19), a Justiça acatou o pedido de recuperação judicial, processo que serve para evitar que, mesmo endividada, feche as portas. A negociação com os 16 mil credores passa a ser feita sob mediação judicial, com a expectativa de que ela se recupere em até 60 dias. A quantia em caixa estaria em R$ 800 milhões – valor significativamente menor do que os R$ 8,6 bilhões que tinha no terceiro trimestre de 2022.
A empresa varejista afirmou que "precisa do apoio e da compreensão do Poder Judiciário e dos credores para superar essa crise". Alega que a quebra poderia gerar "colapso da já tradicional e consolidada cadeia de produção no Brasil" e para "os mais de 50 milhões de consumidores que se valem dos serviços prestados pelo grupo", bem como "diversos setores econômicos" que dependem de sua operação, considerando empresários e empreendedores que usam seu marketplace e também fornecedores.
A companhia comunicou aos clientes e parceiros que segue aberta e pronta para suas compras e entregas, nas lojas, no site e no app. "A companhia continua dando acesso ao maior número de brasileiros e brasileiras às melhores ofertas, produtos e serviços", completa.
E se falirem?
Tanto em caso de falência quanto na recuperação judicial, os créditos dos trabalhadores têm preferência sobre os demais, até o limite de 150 salários mínimos por funcionário.
Segundo o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) e professor de direito Rodrigo Carelli, se a companhia fechar as portas de vez, os funcionários recebem sua parte antes de fornecedores, de lojistas que venderam seus produtos no marketplace das Americanas e de outros credores, como o banco BTG, que têm dinheiro a receber da empresa.
Há risco de demissão em massa?
Caso a empresa não abra falência, mas seja obrigada a fechar lojas e enxugar o quadro de funcionários para equilibrar o caixa, pode haver demissão em massa.
avozdesantaquiteria
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