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O jovem que morreu na sexta-feira (20) baleado na Favela da Palmeirinha, em Honório Gurgel, Subúrbio do Rio, registrou com o celular os últimos minutos da própria vida. Ele conversava e gravava um vídeo com amigos no momento em que levou um tiro. A Polícia Militar, que fazia uma operação na comunidade, afirmou, no dia, que o grupo foi atingido em confronto. Mas um outro rapaz que também acabou baleado nega essa versão da PM. As imagens do vídeo podem ajudar a esclarecer o que aconteceu.

O vídeo registra um momento de diversão entre três amigos. Dois deles estavam de bicicleta. Um minuto e quinze segundos depois do início da gravação, os jovens correram. Logo, tiros são ouvidos. “Corri atrás dele só pra pegar o celular, pra ele parar de gravar”, explicou Chauan Jambre Cezário, uma das vítimas.

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Chauan está com uma bala alojada no peito. O amigo dele, Alan de Souza Lima, de 15 anos, não resistiu. O celular estava nas mãos de Alan e caiu no chão, mas continuou gravando. O vídeo permite ouvir a agonia dos feridos e as vozes de dois homens, que seriam policiais militares. Um deles pergunta aos garotos por que eles correram. “A gente tava brincando, senhor”, responde um dos rapazes.
Segundo testemunhas, os policiais tentaram justificar o fato de os rapazes terem sido baleados, afirmando que eles entraram no meio da troca de tiros entre os PMs e criminosos.

Em nota divulgada no sábado (21), a Polícia Civil informou que os jovens ficaram feridos durante um confronto com PMs e que na ação foram apreendidos um revólver e uma pistola. Ainda segundo a nota, Chauan foi autuado em flagrante por porte de arma e resistência.
Na madrugada de sábado, o caso provocou um protesto violento na Avenida Brasil. Um ônibus e um caminhão foram queimados. A via expressa ficou interditada por quase quatro horas.

Chauan mora na Baixada Fluminense, mas decidiu passar o fim de semana na casa do patrão, na Favela da Palmeirinha, para economizar dinheiro de passagem. Ele vende mate na Praia de Ipanema. “Justiça. Só isso. Que prove a minha inocência. Eu não sou bandido”, afirmou o rapaz.

Assim que tomou conhecimento do vídeo, o comando da PM determinou o afastamento dos policiais envolvidos na ocorrência e também a abertura imediata de um inquérito policial militar. Porém, a corporaão não divulgou os nomes destes PMs.

A Polícia Civil, que investiga o caso, já recebeu uma cópia do vídeo. Os investigadores pretendem ouvir testemunhas e aguardam o resultado do exame feito nas armas dos policiais.

fonte:G1

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