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Quando Pero Vaz de Caminha tentou descrever para o rei de Portugal o lugar onde os índios dormiam, chamado por eles de “ini”, a palavra encontrada foi “rede”, pela semelhança com o acessório mais comum usado na época para pescar. Desde os tempos do descobrimento do Brasil até hoje, a rede saiu das tribos, mudou de formato, passou a ser confeccionada em diferentes materiais e hoje enfeita espaços no interior da casa, como sala, quartos e home offices.

— As redes já não são mais exclusividade dos ambientes externos, como varandas e terraços. Agora, elas ganham cada vez mais destaque em outros locais — diz a designer de interiores Anna Paula Falcão.

Coloridas, com franjas, listradas, estampadas e de algodão, fibras naturais ou fios de náilon, elas podem dar charme e conforto, por exemplo, a uma sala de estar. No quarto, a comprovação é científica: dormir em rede melhora a qualidade do descanso. Depois de examinar as ondas cerebrais de 12 adultos, pesquisadores da Universidade de Genebra, na Suíça, chegaram à conclusão de que o vaivém ajuda a alcançar mais rapidamente o estágio profundo do sono.

A escolha certa do lugar para pendurar a peça é fundamental para que haja mobilidade no ambiente.

— A rede não pode dificultar a circulação de pessoas e obrigar as visitas a passarem por baixo dela — afirma o arquiteto Paulo Hiram Lage. — Na sala, aconselho sempre que o cliente opte por um canto livre, sem outros móveis, e com uma distância adequada para um balanço tranquilo.

É importante também que o modelo traga harmonia para a decoração. O produto artesanal, vendido em sites como o da Redes de Dormir e o do Ramalho Têxtil, diretamente de produtores de Ceará e Paraíba, podem combinar com móveis arrojados ou de design assinado.

— Se as cores da sala são neutras e sóbrias, uma rede colorida ou estampada pode funcionar — explica Anna.

Depois do local e modelo escolhidos, a atenção deve se voltar para a segurança antes e depois da instalação. Recomenda-se usar fixadores adequados, seguir as orientações do fabricante e respeitar a capacidade máxima de carga suportada pelo produto para evitar qualquer surpresa desagradável.

Fonte: oglobo.globo.com

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