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Foto registrada nesta sexta-feira (4) no sítio atribuído a Luiz Inácio Lula da Silva, investigado na 24ª fase da Operação Lava Jato, mostra um barco com o nome “Lula & Marisa” encostado na propriedade. Foi cumprido mandado de busca e apreensão no local, com autorização do juiz Sérgio Moro.
O Ministério Público Federal apura se Lula omitiu às autoridades ser o dono do sítio frequentado por ele e familiares em Atibaia, no interior de São Paulo. A suspeita é que obras feitas no sítio tenham sido bancadas pelo empresário José Carlos Bumlai e pela empreiteira OAS. Tanto a construtora quanto o pecuarista amigo de Lula são investigados pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.
Segundo nota do MPF, as apurações indicam que Lula adquiriu, em 2010, dois sítios contíguos em Atibaia pelo valor de R$ 1.539.200. Os imóveis foram adquiridos na mesma data, em 29 de outubro de 2010, e foram colocados em nome de Jonas Suassuna e de Fernando Bittar.
Tanto Jonas como Fernando são sócios de Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente, e foram representados na compra por Roberto Teixeira, "notoriamente vinculado a Lula e responsável por minutar as escrituras e recolher as assinaturas", segundo os procuradores.
Investigadores ouviram de testemunhas e obtiveram notas fiscais de compras de produtos, que indicam que reformas e móveis no valor de pelo menos R$ 770 mil foram pagos, sem razão econômica lícita, pelo pecuarista José Carlos Bumlai, preso na Lava Jato, e pelas empreiteiras Odebrecht e OAS, todos favorecidos no esquema Petrobras.
Bumlai e a Odebrecht se encarregaram da reforma, diz o MPF. A OAS adquiriu móveis no valor de aproximadamente R$ 170 mil para a cozinha. O MPF ainda encontrou indícios de que o ex-presidente determinou que parte de sua própria mudança, no fim do mandato na Presidência, fosse entregue na sede dos sítios. Conforme as investigações, a construtora OAS pagou a mudança de Brasília para São Paulo após o fim do mandato, em 2010.
A nota fiscal fornecida pela empresa de mudança, anexada à investigação, aponta que o ex-servidor da Presidência da República Rogério Aurélio Pimentel foi o responsável por receber os bens no sítio de Atibaia, em 8 de janeiro de 2011. Posteriormente, em 11 de junho de 2012, parte da adega do ex-presidente, que estava armazenada no depósito da empresa de mudança, foi entregue na mesma propriedade.
Entenda as supeitas contra Lula.
Outro lado - O Instituto Lula nega envolvimento do ex-presidente em irregularidades apuradas na Lava Jato e diz que ele nunca cometeu qualquer ilegalidade. A defesa de Lula pediu à Justiça a suspensão da nova fase da Lava Jato. O Instituto também classificou a ação da PF como ilegal e injustificável

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